A onça-pintada responsável pela morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, ocorrida há alguns dias, tem demonstrado um comportamento reativo e preocupante durante seu período de reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Segundo o boletim médico divulgado nesta segunda-feira (28), o animal, que está sob os cuidados do centro há quatro dias, apresentou reações agressivas à presença humana, chegando a “tentar ameaçar ataque” contra os profissionais.
Essa postura levanta sérias questões sobre o futuro do felino e os protocolos de segurança dentro da unidade de conservação. Embora o CRAS tenha como objetivo a reabilitação e, quando possível, a reintegração de animais silvestres à natureza, o comportamento demonstrado pela onça sugere um alto grau de agressividade e potencial risco para humanos. A tentativa de ataque, mesmo em um ambiente controlado, indica que o animal pode ter desenvolvido uma intolerância à presença humana, possivelmente exacerbada pelo incidente fatal com o caseiro.
Especialistas em manejo de fauna silvestre apontam que diversas variáveis podem influenciar o comportamento de um animal nessas circunstâncias, incluindo o estresse da captura e do confinamento, possíveis ferimentos decorrentes do encontro com o caseiro ou até mesmo uma alteração comportamental pré-existente. A reatividade da onça impõe um desafio adicional à equipe do CRAS, que precisará avaliar cuidadosamente as possibilidades de reabilitação e reintegração, sempre priorizando a segurança das pessoas.
As próximas avaliações comportamentais serão cruciais para determinar o destino da onça. Caso a agressividade persista e represente um risco constante, outras alternativas, como a permanência em cativeiro permanente em um zoológico ou santuário, podem ser consideradas. A situação serve como um alerta para a complexa relação entre humanos e a vida selvagem, especialmente em áreas de crescente interação, e reforça a importância de medidas preventivas e de manejo adequadas para evitar tragédias e garantir a segurança de ambos os lados.