Escalada de Tensão: Venezuela Responde a Manobras Navais dos EUA com Convocação Militar
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a convocação de reservistas, milicianos e jovens alistados para treinamentos de tiro em quartéis de todo o país. A medida, comunicada em rede nacional, visa preparar a população para a “defesa da pátria” em meio a crescentes tensões com os Estados Unidos. Segundo Maduro, a convocação é uma resposta direta à presença de oito navios de guerra e caças F-35 americanos no sul do Caribe.
Mobilização Nacional: Preparação Tática e Militar
O treinamento convocado por Maduro tem como foco principal ensinar técnicas militares e, especificamente, a habilidade de atirar. A iniciativa faz parte de uma estratégia mais ampla do governo venezuelano, que inclui a mobilização de “fuzis, tanques e mísseis” por todo o território nacional. Maduro também ordenou o envio de 25 mil efetivos das Forças Armadas para as fronteiras com a Colômbia e o Caribe e incentivou o alistamento na Milícia Bolivariana, um corpo civil armado.
O Crescimento da Milícia Bolivariana e a Força Armada Venezuelana
A convocação de Maduro destaca o papel central da Milícia Bolivariana em sua estratégia de defesa. Segundo o presidente, os reservistas e milicianos serão enviados para 312 unidades militares para receber o treinamento tático necessário. O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) estima que a milícia conte com cerca de 212 mil membros, que se somam aos 123 mil soldados das outras Forças Armadas. No entanto, especialistas militares consultados pela agência de notícias AFP estimam que apenas cerca de 30 mil milicianos estejam devidamente treinados e armados.
A Milícia como Pilar de Defesa e a Doutrina de Segurança Nacional
A Milícia Bolivariana, um grupo com forte viés ideológico composto principalmente por aposentados, funcionários públicos e membros do Partido Socialista, é vista por Maduro como um pilar fundamental na defesa da soberania nacional. A convocação em massa reforça a doutrina de “paz através da preparação” e serve como uma demonstração de força em meio a acusações de que os EUA tentam interferir em governos latino-americanos sob o pretexto de combater o narcotráfico.
Conclusão:
A decisão de Nicolás Maduro de convocar civis e reservistas para treinamento militar é um movimento claro de escalada nas tensões com os Estados Unidos. Ao responder às manobras americanas com uma demonstração de força e mobilização interna, a Venezuela reforça sua postura de defesa. A iniciativa não só visa capacitar militarmente a população para uma eventual defesa, mas também consolida o papel da Milícia Bolivariana como um componente vital na estratégia de segurança do país. A convocação de Maduro é um reflexo das complexas dinâmicas geopolíticas na região, onde a retórica e a ação militar se entrelaçam em um cenário de incerteza.
Com Informações do site: G1
